InBrasCI - Verbete Wikipédia

segunda-feira, 15 de julho de 2013



Joilson Pinheiro, o poeta baiano que vive na Rocinha, no Rio de Janeiro.  Nasceu no Recôncavo da Bahia nos anos sessenta. Em 1981 mudou-se para Salvador e, em 1999, migrou para o Rio de Janeiro. Mora na Favela da Rocinha onde vive aprontando; realiza eventos literários, apresenta um programa de rádio dedicado à poesia e desenvolve uma oficina literária para crianças e adolescentes.
Depois de lançar o livro "O Veludo e o Espinho" em 2005, o morador da Rocinha mergulhou fundo em um romance sobre Calabar, um ex-quilombo em plena zona nobre de Salvador. O livro ainda não foi publicado, mas gerou um vício de escrever sobre comunidades e favelas do Brasil. Enquanto a grana para custear o romance não vem, Pinheiro retorna à poesia sem se assumir poeta e agora apresenta outro livro com poemas. Fala de amor, usa sua letra afiada para criticar a política, a violência e a miséria brasileira, não esquece suas musas, as crianças, a Natureza e as duas capitais que são suas paixões urbanas: Salvador e Rio de Janeiro. Confessa, porém, que está rolando uma desviada poética urbana por conta de uma paquera, meio erótica, meio insana, que o leva a um flerte com Maceió.
Na capa do novo livro não tem o nome do autor. Tem uma foto da favela da Rocinha ao fundo e o olhar pleno de um moleque lendo um livro em cima de uma laje emoldurada pela intrigante, corajosa, debochada, crítica e irreverente pergunta: É Poesia?
Se o próprio autor faz esta indagação e não diz seu nome é porque ainda lhe faltam respostas sobre o que é mesmo que ele faz.
Sabe bem duas coisas: que o samba pegou o autor de jeito, tanto que até dor de cotovelo vem em forma de poema e que esse enredo colorido das letras ainda o incomoda. Ele insiste em não se achar poeta. Diz que escreve em versos para disfarçar, enganar e falar de um povo sem voz nem letra que o traduza.