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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A CULTURA PRANTEIA SUA GRANDE PERDA

ATENÇÃO    AMIGOS:

FERNANDO CRUZ, um trovador de primeira, um sonetista de máximo valor, partiu esta madrugada, foi em sua grande viagem espacial, agora mora no andar de cima.
A saudade que nos deixa é imensa, sua lembrança é eterna...
Sua vida, sua ternura é um exemplo para todos nós.
Nosso carinho lhe acompanha, amigo, irmão de todas as horas...
Obrigada por entre nós ter vivido, obrigada pela sua dedicação ao próximo, pelo seu carisma, pela sua amizade, pelo seu saber...
Luz, Paz Amor!...

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O corpo está sendo velado na Capela L do Cemitério do Caju e o enterro será às 16 (dezesseis) horas


Fernando Cruz

Começa a pesar a idade

quando, por primeira vez,

a gente sente saudade

daquilo que não se fez!



Em teu livro de orações,

não sei por que, se escondia,

entre tantas devoções,

a minha fotografia!...



Nossas camas separadas

foi somente o que restou

da partilha de alguns nadas

que a vida jamais juntou...



Porque a meus olhos, querida,

sempre foste uma princesa,

só fui príncipe na vida

porque me deste a nobreza.



Saia rodada, curtinha,

um palmo de comprimento,

e a macacada todinha

esperando um pé-de-vento!



Não usas veludo ou renda

no teu discreto trajar,

mas não há quem não se renda

ao brilho do teu olhar!



Fernando Cruz   (Um Menino)



De altura tem um metro, ou pouco mais,

A roupa suja, a face lambuzada,

Chapéu de palha, de aba desabada,

dois olhos frios como dois punhais.

Um seu sorriso não se viu jamais,

A boca um traço, sempre tão fechada,

pinta a figura que se faz notada,

mais por grunhidos do que por sinais.

Não sabe ler e nunca foi à escola,

o abandono recebeu de herança,

e pouco mais receberá de esmola.

E na medida que em idade avança,

na triste vida que a miséria imola,

homem será, sem nunca ser criança!

Fonte:

Heloísa Crespo (Organização e Programação Visual). Ciranda “Criança em Versos”. Campos dos Goytacazes/RJ, 2011. E-book cedido pela autora.