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quarta-feira, 6 de abril de 2011

VIAGEM A MATO GROSSO

VIAGEM A MATO GROSSO

(Marilza de Castro)


 
PARTE I I



Fomos ao Centro de Cuiabá, Rua Barão de Melgaço, a visitar tanto a Academia Matogrossense de Letras como o Histituto Histórico e Geográfico DE Mato Grosso, ambos funcionando em prédios contíguos, onde fomos recebidos por suas Presidentes: Elizabeth Madureira Siqueira, do IHG-MT e Nilza Queiroz Freire, da Academia Matogrossense de Letras, que muito gentilmente nos levaram a conhecer os acervos das Entidades a que presidem e nos abriram um futuro intercâmbio cultural com o nosso carioca InBrasCI–Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais.

Voltamos para um almoço familiar com parentes do Lybio e depois fomos ao bairro Pico do Amor visitar outros parentes dele. Pequeno lanche antes de dormir no s deixava leve para as aventuras do dia seguinte.

No dia seguinte fomos a Cáceres, onde Lybio fora criado.

Segundo a história de Cáceres, a vila de São Luís de Cáceres foi fundada em 6 de outubro de 1778 pelo tenente de Dragões Antônio Pinto Rego e Carvalho, por determinação do quarto governador e capitão-general da capitania de Mato Grosso, Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres. No início, o povoado de Cáceres não passava de uma aldeia, centrada em torno da igrejinha de São Luiz de França(Luís IX de França). As razões para a fundação do povoado foram a necessidade de defesa e incremento da fronteira sudoeste de Mato Grosso.Em 1938, o município passou a se chamar apenas Cáceres.

Fomos para rever parentes dele também, resolver alguns problemas de documentação pessoal e mostrar-me ele a cidade onde morou tanto tempo, desde os cinco anos de idade. No centro, passamos pelo Marco do Jauru, comemorativo do Tratado de Madrid, de 1750, que, em fevereiro de 1883, fora assentado na Praça da Matriz, atual Barão do Rio Branco. Junto com a Catedral de São Luís - cuja construção teve início em 1919, mas só foi concluída em 65. os dois monumentos estão até hoje entre os principais atrativos turísticos da cidade.

 
No início de 1927, Cáceres viveu dois acontecimentos marcantes: a passagem da Coluna Prestes por seus arredores, que provocou a fuga de muitos moradores receoso, e o pouso do hidroavião italiano Santa Maria, o primeiro a sobrevoar Mato Grosso. A partir de 1950, as mudanças passaram a ser mais rápidas. No início dos anos 60, foi construída a ponte Marechal Rondon, sobre o Rio Paraguai, que facilitou a expansão em direção ao noroeste do Estado. Cáceres se destaca no turismo histórico e esportivo. Encontra-se situada numa das regiões mais privilegiadas do pantanal matogrossense, visto que ostenta uma das maiores potencialidades turísticas do estado, ou seja, a grandiosidade e a beleza do Rio Paraguai e seus afluentes. Ddesenvolve-se em torno da pesca esportiva sendo sede de um evento mundial: o Festival Internacional de Pesca (FIP), registrado no Guinness Book como o maior campeonato de pesca do mundo em águas fluviais. O evento reúne mais de 1500 participantes anualmente.
Confesso que, turisticamente, o que mais apreciei em Cáceres, a Princesinha do Rio Paraguai, como é conhecida a cidade, que está localizada à margem esquerda do rio Paraguai, foi nosso almoço, às margens do Rio Paraguai, sobre um barco a flutuar sobre as águas do histórico rio. Paraguai, em Guarani, significa "um grande rio". O rio foi assim denominado pelos Guaranis e Kaiowás antes que ocorresse a fundação e denominação do país Paraguai.

Um tuiuiú, símbolo do Pantanal matogrossense, mas já citadino, esperava, à porta de um estabelecimento bar, que lhe jogassem biscoitos, restos de comida... Ali se degradava o animal, perdendo a própria identidade... Como muitas pessoas que conhecemos, que perdem a dignidade por um quase nada... É lamentável!

É uma cidade, a meu ver, até bem desenvolvida para a situação de cidade de interior do Estado. Como tínhamos que retornar a Cuiabá e não queríamos pegar a estrada, ainda desconhecida, à noite, não nos demoramos muito por lá e fomos jantar já em Cuiabá mesmo. Caímos cedo na cama, pois no dia seguinte iríamos até Barra do Bugre.

Novamente saímos, no dia seguinte, após o café da manhã, pois seria longo o percurso até a cidadezinha buscada.

Estrada desconhecida, pergunta daqui e dali, por fim chegamos, mortos de fome e o difícil foi achar um restaurante de melhor qualidade, melhor dizendo: difícil foi achar um restaurante; encontrado, foi como diz o ditado caipira: “não tem tu, vai tu mesmo e fumo nós”. Engolimos a comida e depois procuramos mais parentes do Lybio, que sempre, fosse em que cidade fosse, sempre me receberam muito bem.

Barra do Bugre situa-se a 150 quilometros da capital Cuiabá, no encontro entre o rio Bugres e o rio Paraguai e seu nome deriva da barra formada pelo rio Bugres ao desaguar no rio Paraguai. O mais importante evento da cidade é o Festival Regional de Pesca de Barra do Bugre (Festbugres), e que em 2011 se transforma em FIP - Festival Internacional de Pesca, atraindo turistas de outros estados e de outros países como Estados Unidos, Colômbia, Peru, entre outros. No município está situado o Campus Universitário Deputado Renê Barbour, da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), que conta com cinco cursos de graduação (Arquitetura e Urbanismo, Ciência da Computação, Engenharia de Alimentos, Engenharia de Produção Agroindustrial e Matemática). Possui também uma turma especial de Direito e ainda conta com o Projeto 3º Grau Indígena – Primeiro da América Latina: Formação Superior de Professores Indígenas. Em convênio entre Prefeitura Municipal e Universidade Federal de Mato Grosso, é oferecido o Curso de Licenciatura Plena em Educação Infantil (Nead); A Universidade de Cuiabá (Unic) estabeleceu um convênio com a Prefeitura, onde oferece os cursos de Administração e Ciências Contábeis. Visitamos a Universidade, conversamos com a Direção e lamentamos não poder conversar com a equipe que desenvolve o trabalho com o grupo indígena por estar ela em reunião pedagógica. Na verdade, tivemos a impressão que não havia muito interesse da Educação a nível de 3º grau ali num intercâmbio com a Cultura carioca... Pode ser só uma impressão...

A história do povoamento de Barra do Bugre está intimamente ligada a do Município de Cáceres, que teve início com as penetrações levadas a efeito no Rio Paraguai, pelas primeiras bandeiras que subiram o Rio até suas cabeceiras. Embora Cáceres tenha evoluido rapidamente, devido aos cuidados que lhe dispensou o Capitão General Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, 4º Governador da Capitania de Mato Grosso e Cuiabá, o mesmo não aconteceu com a região que hoje compreende o Município de Barra do Bugre, que ficou isolada, sem mesmo ter nem estrada. Sómente em 1878, aproximadamente, chegaram os primeiros povoadores, e se plantaram, os fundamentos da atual Cidade de Barra do Bugre.

O fim de todos eles era um só, encontrar a ipecacuanha que, já naquela época alcançava bom preço no comércio consumidor. Melhoraram os ranchos erguidos apressadamente. Iniciaram, a exploração de madeira de lei, abundante na região, instalaram serrarias, firmando, desta maneira, um núcleo inicial. Depois dos fundadores, chegaram ainda o Coronel Frederico Josetti, Miguel Ouriveis e outros.

Em 1896, por força da Lei nº 145, de 08 de abril, é criada a Paróquia e Distrito de Barra do Rio dos Bugres, assim denominada em virtude de a Barra daquele Rio, no Paraguai, ficar situada justamente a poucos metros da povoação, topônimo, aliás, escolhido pelos seus primeiros povoadores.

A evolução do povoado teve como esteio a intensa procura da poaia, que transformou, relativamente em pouco tempo, aquela selvagem região num adensado núcleo urbano, sempre acrescido por novos forasteiros, que procuravam fixação. A alteração da toponímica distrital da Barra do Rio dos Bugres para Barra do Bugre, deu-se pela lei estadual nº 208, de 26-10-1938.


O símbolo da resistência dos nascidos em Barra do Bugre lá está à margem do Rio Paraguai

A cidade é pequena, mas agradável; retornamos a Cuiabá com a melhor das impressões sobre ela, apesar de algumas suposições negativas às quais já nos referimos.

Em chegado a Cuiabá, jantamos e fomos arrumar as malas, pois retornaríamos ao Rio de Janeiro no dia seguinte.

Confesso que trouxe comigo saudade do povo, da região e penso em lá voltar, mas carregada de tubos de repelente, para não passar por outro susto como o que passei no Véu de Noiva e fiz a família passar!...