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quinta-feira, 31 de março de 2011

COMPARTILHANDO INFORMAÇÃO DE LUZ

Exemplo do povo japonês/site anjo de luz Quinta-feira, 31 de Março de 2011 17:14

De: "Bel Piccoli"
ABRAÇO/Bel

COMPARTILHANDO INFORMAÇÃO DE LUZ.








 





O belo exmplo do povo japones, com os acontecimentos recentes do Terremoto e Tsunami neste 1 trimestre de 2011.

Essa mensagem é uma coisa muito linda. É Budista e desperta em nós o que há

de mais profundo nos ensinamentos do próprio Cristo.

Muito obrigada

Japão, por Monja Coen

*JAPÃO *

 * Quando voltei ao Brasil, depois de residir doze anos no Japão, me

 incumbi da difícil missão de transmitir o que mais me impressionou do povo

 Japonês: kokoro. *
 * Kokoro ou Shin significa coração-mente-essência. *

 *Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si

 mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar à serviço e disposição do

 grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada? *

 * Outra palavra é gaman: aguentar, suportar. Educação para ser capaz de

 suportar dificuldades e superá-las. *

 * Assim, os eventos de 11 de março, no Nordeste japonês, surpreenderam o  mundo de duas maneiras. *

 *A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos, bem como  dos perigos de radiação das usinas nucleares de Fukushima. *

 *A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas. *

 *Filas de pessoas passando baldes cheios e vazios, de uma piscina para os

 banheiros. *

 *Nos abrigos, a surpresa das repórteres norte americanas: ninguém queria

 tirar vantagem sobre ninguém. Compartilhavam cobertas, alimentos, dores,

 saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área. As

 crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no

 espaço que a família havia reservado. *

 * Não furaram as filas para assistência médica – quantas pessoas

 necessitando de remédios perdidos- *

 *mas esperaram sua vez também para receber água, usar o telefone, receber

 atenção médica, alimentos, roupas e escalda pés singelos, com pouquíssima

 água. *

 * Compartilharam também do resfriado, da falta de água para higiene

 pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras,

 leite, da morte. *

 * Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques.

 Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam.

 Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de kansha no

 kokoro: coração de gratidão. *

 * Sumimasen é outra palavra chave. Desculpe, sinto muito, com licença.

 Por vezes me parecia que as pessoas pediam desculpas por viver. Desculpe
 causar preocupação, desculpe incomodar, desculpe precisar falar com você, ou  tocar à sua porta. Desculpe pela minha dor, pelo minhas lágrimas, pela
 minha passagem, pela preocupação que estamos causando ao mundo. Sumimasem.

 * Quando temos humildade e respeito pensamos nos outros, nos seus

 sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos

 cuidadas e respeitadas. *

 *O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim,

 perderei. Cada um de nós, cada uma de nós é o todo manifesto. *

 * Acompanhando as transmissões na TV e na Internet pude pressentir a

 atenção e cuidado com quem estaria assistindo: mostrar a realidade, sem

 ofender, sem estarrecer, sem causar pânico. As vítimas encontradas, vivas

 ou mortas eram gentilmente cobertas pelos grupos de resgate e delicadamente  transportadas – quer para as tendas do exército, que serviam de hospital,  quer para as ambulâncias, helicópteros, barcos, que os levariam a hospitais.

 * Análise da situação por especialistas, informações incessantes a toda

 população pelos oficiais do governo e a noção bem estabelecida de que “somos um só povo e um só país”. *

 * Telefonei várias vezes aos templos por onde passei e recebi

 telefonemas. Diziam-me do exagero das notícias internacionais, da confiança

 nas soluções que seriam encontradas e todos me pediram que não cancelasse

 nossa viagem em Julho próximo. *

 * Aprendemos com essa tragédia o que Buda ensinou há dois mil e

 quinhentos anos: a vida é transitória, nada é seguro neste mundo, tudo

 pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente. *

 * Reafirmando a Lei da Causalidade podemos perceber como tudo está

 interligado e que nós humanos não somos e jamais seremos capazes de salvar a  Terra. O planeta tem seu próprio movimento e vida. Estamos na superfície,

 na casquinha mais fina. Os movimentos das placas tectônicas não tem a ver

 com sentimentos humanos, com divindades, vinganças ou castigos. O que

 podemos fazer é cuidar da pequena camada produtiva, da água, do solo e do ar  que respiramos. E isso já é uma tarefa e tanto. *

 * Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a

 paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à

 reconstrução. *

 * Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de

 respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam os  eventos que se seguiram a 11 de março. *

 * Minhas preces, meus respeitos, minha ternura e minha imensa tristeza em

 testemunhar tanto sofrimento e tanta dor de um povo que aprendi a amar e

 respeitar. *



 * Havia pessoas suas conhecidas na tragédia?, me perguntaram. E só posso

 dizer : todas. Todas eram e são pessoas de meu conhecimento. Com elas

 aprendi a orar, a ter fé, paciência, persistência. Aprendi a respeitar meus

 ancestrais e a linhagem de Budas. *


 * Mãos em prece (gassho) *


 *Monja Coen*

RETIRADO DO SITE ANJO DE LUZ