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sábado, 29 de dezembro de 2007

O QUE VIRÁ PELA FRENTE

O que virá pela frente?
Por Alessandra Leles Rocha
Dezembro. Quando começam a chegar os primeiros Quenianos, ao Brasil, para competir na Corrida de São Silvestre (São Paulo), é fato que o ano acena com seus últimos dias. Trata-se de um momento propício para análises, reflexões e conjecturas sobre tudo o que representou o ontem e o que ainda há por vir. Como nos jogos de azar a vida é um risco, perdemos e ganhamos num piscar de olhos, nem sempre na mesma proporção, mas vamos seguindo a trilha dentro das oportunidades surgidas.
Certamente encontraremos pelo caminho quem arrisque dizer que dois mil e sete foi um bom ano para o Brasil. Sempre há quem veja a vida com lentes cor-de-rosa; mas, isso não faz meu gênero! Prefiro ser realista e prudente, dizer que para minha enorme tristeza avançamos muito pouco, retrocedemos politicamente nas condutas éticas - o que acabou ratificando um sentimento nocivo de descrédito e impunidade -, subestimamos problemas, assistimos tragédias e barbáries, pagamos caro a conta da sobrevivência, fomos duramente cobrados pelo Meio Ambiente.
Aqui ou ali, dois mil e sete não trouxe à realidade nossas esperanças ao fim de dois mil e seis. Notícias, manchetes, fotos e fatos repetitivos, desgastados, sem nenhum poder de transformação. No ar pairando pesado sobre nossas cabeças, nuvens de sentimentos desencontrados, desorientados, enlouquecidos; milhões de idéias e de motivos para agir, mas falta força, coragem, ousadia para enxergar além e revolucionar a vida.
É óbvio que para todos aqueles, um cadinho só afortunados seja pela saúde, o trabalho, o sustento, a família, o lar ou qualquer outro bem ao longo deste ano, isso sim foi um grande motivo para afirmar que os esforços individuais não foram em vão. Dentro dessa minguada satisfação, extraída a fórceps desses trezentos e sessenta e cinco dias, é que uniremos novamente os sonhos, as esperanças, a vontade pulsante de acordar ao som de um novo amanhã. Sem utopias ou delírios, mas uma vida florescida depois da poda ou como o fogo sobre o Cerrado. Princípios e valores submetidos ao sabor ácido e amargo das experiências, sendo filtrados gota a gota em extratos melhores e mais eficazes.
Então, seguremos firme nas asas desse colibri, não deixemos dois mil e oito escapar e com ele a chance de escrever nossa história com consciência, equilíbrio e dignidade. Só assim poderemos brindar com convicção um novo ciclo.
Alessandra Leles Rocha

Publicação: www.paralerepensar.com.br 26/12/2007